Os jovens veem o empreendedorismo como uma opção de carreira viável? Sim, de acordo com um estudo intitulado “Jovens Empresários Empreendedores” da Firjan, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. O levantamento diz que dois em cada três jovens brasileiros pretendem se tornar empreendedores nos próximos anos. A realização pessoal é a principal motivação para abrir o próprio negócio. Menos da metade dos pretensos empreendedores se dizem pessimistas com o mercado formal de trabalho.

Contudo, os relatos da mídia glamorizam empresários bem-sucedidos, contando histórias sobre como eles tiveram sucesso da noite para o dia, como mentes brilhantes tiveram uma única ideia e conquistaram rios de dinheiro ou, pior ainda, que bastou uma garagem, colocar um site no ar e, com pouco esforço e muita sorte, eles se deslancharam.

A faculdade hoje em dia já não é mais um diferencial para empreendedores. Já é o mínimo esperado de você que seja bom tecnicamente, que você domine uma área de atuação. Empreendedores, sobretudo no começo, encontram a maior dificuldade quando precisa combinar uma série de conhecimentos e habilidades não necessariamente conectadas no ensino formal. Você precisará entender de gestão, marketing, tecnologia, vendas, finanças e outras áreas. Um polímata é uma pessoa que entende muito de várias áreas. Empreendedores precisam ser polímatas.

Agora, a próxima pergunta é: o que jovens devem aprender sobre empreendedorismo e sobre ser polímata?

 

1. A juventude importa.

 

Existe um ditado que diz “O melhor momento para plantar uma árvore foi há 20 anos. O segundo melhor momento é agora”. Muitos empresários dizem que desejam que tivessem começado mais cedo.

Os jovens não precisam esperar por uma oportunidade ou ideia brilhante aparecer. Você precisa começar a construir seu futuro agora. Quanto mais cedo você começar a trabalhar em direção a um objetivo, mais cedo seu conhecimento, experiência e dinheiro começarão a se compor. Mais tarde, na vida, os compromissos e prazos podem interferir.

 

2. O dinheiro conta sim.

 

É fácil querer se distanciar de noções sobre o lançamento de uma empresa da necessidade de capital para inspirar pessoas. Mas é melhor dizer-lhes o quanto dinheiro importa para um negócio para que eles não se comecem com os olhos vendados ou totalmente despreocupado. Claro, as formas de validação de uma ideia de negócio ou de alternativas para o financiamento têm dado novas perspectivas e barateado o custo

Muitos empreendedores financiam seus negócios usando suas próprias reservas. Um cartão de crédito pode significar a diferença entre sucesso e falha. No final, sua empresa só irá para a frente se você aprender a lidar com dinheiro, finanças e rentabilidade do seu negócio.

 

3. Não é só sobre ser persistente, é aprender de forma resiliente.

 

Os jovens podem ver certos empresários como de alguma forma inerentemente diferentes, especialmente os mais famosos, como Abilio Diniz (fundador do Pão de Açúcar) ou o Luiz Seabra (fundador da Natura). Todos têm ideias, criatividade e habilidades. Mas nem todos os aplicam de forma consistente em direção a metas. Os “gênios” também vão à falência se não conseguirem ser consistentes.

A realidade é que as pessoas são bem-sucedidas não por causa do que lhes foi dado pela natureza, mas sim pelo que eles fazem com os dons que têm. Os jovens precisam procurar dentro, encontrar seus pontos fortes e aproveitar ao máximo.

 

4. A Educação tem seu peso.

 

Mark Zuckerberg lançaria o Facebook se ele tivesse abandonado uma faculdade qualquer em vez de Harvard? É provável que, em vez de apostar em seus negócios com enormes quantidades de capital, os principais investidores nem se encontraram com ele. A marca conhecida de Harvard foi importante.

No entanto, a Educação formal é apenas uma parte do caminho de um polímata. Certos objetivos exigem um diploma, outros não. É importante desenvolver uma compreensão realista de como e por que a educação desempenha um papel. Sem sombra de dúvidas, você precisará estudar. A diferença está em você ser o mais assertivo possível e buscar boas referências pra área que quer atuar.

 

5. Preste atenção nas tendências.

 

O empreendedorismo agora está sendo ensinado como uma disciplina. Estudantes universitários das melhores instituições, infelizmente praticamente apenas nas privadas, estão começando a aprender a pensar em negócios. Contudo, boa parte de negócios desta leva de recém-graduados que aparecem em competições de empreendedorismo pensam em um aplicativo para celular. Mas, se você já não estiver desenvolvendo um, apps já são coisa do passado.

É importante estar ligado nas tendências. Por exemplo, o tópico quente do momento é inteligência artificial. Embora pouca coisa útil e realmente massificada tenha sido criada, praticamente todas os nomes na lista das empresas mais inteligentes da MIT, divulgada na última semana de junho, tinha algo a ver com AI. Esteja atento às tendências para aplicar ao seu negócio.

 

6. Resolva problemas de verdade.

 

A Aram criou um conceito de vender óculos artesanais de madeira nas medidas exatas do rosto dos seus clientes, em 2011. Contudo, o negócio era específico demais, havia poucas lojas de óculos de luxo no Brasil e a produção, artesanal, não permitia uma grande produção. Em 2016, eles lançaram uma cafeteira sem energia elétrica que foi uma das maiores campanhas de financiamento coletivo do Catarse (leia a história completa aqui).

Com uma mídia cheia de Zuckerbergs e Musks, os jovens podem pensar que as empresas de sucesso criam apenas redes sociais, aplicativos e foguetes. A realidade está nas ruas, os empreendedores bem-sucedidos descobriram como transformar a vontade de viverem experiências em dinheiro. Essas histórias devem ser compartilhadas. Empreendedorismo, acima de tudo, resolve problemas. Procure por problemas e você encontrará respostas (e clientes).

 

Você precisa ser um polímata.

 

Parece muita coisa para aprender e, talvez, até distante. Contudo, a polimatia é algo que você já está desenvolvendo (mesmo que não saiba). Apenas mude a chave da sua cabeça para que esse aprendizado seja consciente e dirigido em direção a um objetivo. Se deseja empreender e resolver problemas da sociedade atual, seja qual for, você precisa ser multidisciplinar.

E para te ajudar a desenvolver essa competência, nossos parceiros da Polímatas proporcionam uma rede de empreendedores que se reúnem todas as semanas para trocar conhecimento sobre gestão e negócios. São empreendedores reais falando o que eles estão aprendendo, o que tá dando certo e o que está dando errado.

O objetivo deste projeto é criar ambientes para que empreendedores se desenvolvam e se tornem polímatas, pois um profissional focado unicamente em uma área não é suficiente para manter a sustentabilidade de um negócio. Os problemas da sociedade estão cada vez mais complexos e são necessárias pessoas com conhecimento holístico e integrado para resolvê-los.

Para saber mais, acesse: https://www.polimatas.com/